Convencidos e demais leitores,
Venho pela presente prestar os meus mais sinceros sentimentos às familias e amigos das vítimas da mais recente tragédia ocorrida em solo americano, a execução sumária de 32 estudantes na Universidade de Virginia Tech, em Blackburn, Virginia.
Mais um tenebroso acontecimento num país já largamente flagelado por situações desta índole, e cujos inúmeros debates internos não conseguiram ainda chegar a um consenso social para a adopção de medidas de combate à proliferação de armas ilegais.
Prestado o tributo, cumpre agora "puxar da fusca".
Não me competindo a mim julgar as vicissitudes da Constituição Americana e da sua 2ª Emenda, reservo-me no entanto o direito de repudiar veementemente a falta de medidas adequadas ao controle do mercado de armas ilegais.
Na verdade, não creio andar muito longe da verdade ao dizer que, em alguns Estados e localidades, comprar uma arma ou munições é tão fácil como comprar qualquer coisa num supermercado, sobretudo se tivermos em conta que se pode efectivamente comprar armas e munições avulsas nessa mesma superfície!
Qualquer americano pode, literalmente, voltar do Wal-Mart para casa "fully loaded", com meios suficientes para lidar com qualquer crise doméstica.
Falhando a razão, a amiga Magnum serena eficazmente quaisquer ânimos mais exaltados, esposas ou maridos rabugentos, filhos irrequietos, ou vizinhos aborrecidos.
A meu ver, a questão difcilmente terá uma solução que passe pela abolição da liberdade de porte de arma, pelo menos a curto-médio prazo, visto que tal questão está enraizada na cultura americana, desde o nascimento desta nação, e as grandes empresas de produção de armamento defendem o seu "território" com tenacidade.
Nada impede, contudo, que o legislador americano possa reprimir com maior eficácia o mercado de armas ilegais, o qual movimenta biliões de dólares anuais.
Mais, seria fundamental que se facilitasse a demanda judicial nos EUA das empresas que se movem na produção e distribuição de armas de fogo, algo que, a suceder, se tornaria rapidamente num "bálsamo" purificador do sistema (atentos os equilibrados montantes indemnizatórios peticionados pelos particulares!).
Até lá, não tenho dúvidas em afirmar que não será esta a última vez que vamos ouvir falar destas tragédias...