
Para Clara Pinto Correira(CPC), mais grave do que não saber quem foi o D. Afonso Henriques ou o "senhor que descobriu o caminho marítimo para a Índia" (desconhecemos se CPC efectivamente sabe), era ignorar o que tinha representado o 25 de Abril de 1974. Segundo a Professora CPC, os jovens deviam ter consciência do que foi a revolução dos cravos - movimento de sublevação militar que possibilitou o uso da mini-saia e a produção de programas televisivos de qualidade como "A Bela e o Mestre".
Se fosse só por isto, maldita a hora em que o Salgueiro Maia se lembrou de ir passear o Chaimite para o largo do Carmo. A mini-saia ainda vá que não vá, mas acho que Portugal passaria muito bem sem os atentados à nossa inteligência perpetrados pela TVI! O 25 de Abril foi muito mais que uma revolução de costumes...
Para CPC, se não tivesse existido um 25 de Abril, um espanhol que ninguém conhece, com um corte de cabelo ridículo não poderia vir a Portugal e Rui Zink asseverou que milhares de mulheres teriam sido mortas pelos seus maridos. Muito bem. Já que estamos numa de determinismo histórico simplista, podemos dar outros exemplos:
1. Se D. Afonso Henriques não se tivesse lembrado de bater na mãezinha, não tinhamos Portugal, logo não existia português, nem TVI, nem programas acéfalos como "A Bela e o Mestre", nem 25 de Abril.
2. Se no Jurássico um réptil não tivesse evoluído para um mamífero, seríamos todos seres verdes com aspecto viscoso.
3. Se a Eva não fosse vegetariana, ainda estaríamos todos no paraíso.
4. Se não tivesse comido coiratos ao jantar, não estava com esta azia horrível.
5. Se a minha avó tivesse barba, era o meu avô.
E Mais!
Se ninguém tivesse escrito aquele famigerado artigo antes, Clara Pinto Correia não seria acusada de plágio.
Tentar explicar o fenómeno da evolução histórica através de raciocínios silogísticos puros é imbecil, à semelhança de alguns doutorados que CPC jura a pés juntos que conhece.
Caso para dizer que não há bela sem senão.