Indiana Jones style!

Parece que andam agora uns supostos arqueólogos a dizer que desvendaram um segredo com 2000 anos e que agora sabem onde estava sepultado Jesus Cristo, tendo supostamente sido retirado do Sepulcro para outro local, não ascendendo aos Céus em corpo e alma, como o dogma da Igreja Católica sempre anunciou.

O nome deste "Indiana Jones" dos tempos modernos é Simcha Jacobovici, um realizador de vários documentários, já vencedor de um Emmy e segundo consta especialista em arqueologia, jornalismo e política (será que se formou na Independente?).

Mas à semelhança do Código da Vinci, toda aquela realização e produção, digna de Hollywood (ou não fosse James Cameron o produtor), deixa uma série de perguntas que os olhares mais atentos ficam sem resposta.

Porquê só agora estes ossários suscitaram tanto interesse? Mencionou-se no documentário que o país estava em guerra e que estes nomes eram muito comuns no século I. Mas tendo em conta a suposta coincidência dos nomes inscritos é estranho que só 27 anos depois é que vem alguém referir esta questão, não havendo registo que tenha gerado qualquer fascínio por parte da comunidade científica, que concerteza está atenta a estas descobertas gritantes.

Porque razão não há um aprofundamento na questão da autenticidade das inscrições? Há pouca referência durante o documentário duma pesquisa exaustiva no respeitante a esta certificação.

Como explicam um túmulo tão sumptuoso para uma família pobre de Nazaré? Duvido que Jesus Cristo tenha cobrado uns trocados pelos milagres que realizou ou então que Maria tenha recebido uma indeminização por Pôncio Pilatos que permitisse este devaneio.

Para não falar também do quão estranho é a localização do túmulo tendo em conta os locais onde morreram Jesus Cristo ou Maria.

E parece que agora há uma necessidade de tentar demonstrar que Cristo era casado e que Maria Madalena, não só era muito importante na sua vida, como terá sido sua esposa e tendo talvez sido a principal mentora do Cristianismo mais primitivo, tendo sido ofuscada pela Igreja Católica que pretendia relegar o papel da mulher para segundo plano.

Tudo isto deverá ser investigado e não nego que até poderá ser tudo verdade! Mas não posso deixar de estranhar tendo em conta a conjuntura actual destes assuntos na nossa sociedade, em que há uma tentativa constante de descredibilizar a Igreja Católica e "punir" pelas decisões menos correctas que fez ao longo dos séculos.

Não considero que são documentários desta índole ou livros tipo Código da Vinci que poderão dar as respostas às grandes questões históricas. Aquelas têm de ser dadas de uma forma mais consolidada, baseadas em documentação histórica fiável e com um tratamento dos dados totalmente imparcial e não com um intuíto puramente comercial.