Ao "desfolhar" a edição electrónica de um vetusto jornal nacional, foi confrontado com mais uma notícia verdadeiramente insólita, confirmada aliás por outros media franceses de referência.
De acordo com as informações da imprensa, 2 juízes foram ontem barrados pela Guarda Republicana de entrar no Eliseu (a sede da presidência francesa), onde se dirigiam, a título oficial, para obter pormenores sobre uma investigação referente ao caso Borrel.
A título sumário, o caso Borrel envolve um alegado assassinato de um juíz francês no Djibuti, antiga colónia francesa, por motivos ainda obscuros, o qual teria sido inicialmente qualificado como suicídio (hipótese posteriormente afastada com os resultados da autópsia).
Ora, não está aqui em causa discutir o caso em si, mas sim a situação concreta que teve lugar à porta do Eliseu em 2 de Maio do corrente ano.
Dia este em que 2 magistrados judiciais, e nessa mesma qualidade, foram barrados por uma polícia ou força militar de entrar na sede da presidência francesa.
Não conheço a Constituição Francesa em pormenor, mas suspeito que os magistrados judiciais devem, à semelhança da nossa terra, "administrar a Justiça em nome do Povo", pilar fundamental de qualquer democracia dita liberal.
Sem administração independente da Justiça, não pode haver Estado de Direito.
No entanto, suspeito que a ordem jurídica francesa ainda deve sofrer de alguma doença de autoritarismo crónico, contraída certamente às portas da Bastilha em 1789 (não devia ser um local muito salubre certamente...).
Diga-se que esta doença, nesses dias, manifestava sintomatologia assaz perigosa, com tendência para perda de sensação, sentidos, vontade e pensamentos, súbita e rapidamente, sempre precedida de um barulho metálico a deslizar em bom carvalho francês...
Pelos vistos, não se encontrou ainda a cura, e a Guarda Republicana mantém os mesmos instintos dessa época.
Se este tipo de acções são legítimas ou minimamente legais no Estado Francês, então teremos de nos questionar se estamos de facto perante uma democracia dita liberal, ou, pelo contrário, perante um absolutismo disfarçado pela capa da denominação "V República" (Robespierre saberia a resposta).
Há alguns posts atrás, os meus ilustres amigos e colegas Convencidos debateram a etimologia e substracto filosófico detrás das palavras democracia e liberalismo.
Isto é certamente um exemplo de falta de liberdade e insuficiência de um Estado dito de Direito.
Se o Estado está acima da Justiça, então não há quem o impeça de oprimir os seus cidadãos.
Tem a palavra o ainda Presidente Jacques Chirac.
De acordo com as informações da imprensa, 2 juízes foram ontem barrados pela Guarda Republicana de entrar no Eliseu (a sede da presidência francesa), onde se dirigiam, a título oficial, para obter pormenores sobre uma investigação referente ao caso Borrel.
A título sumário, o caso Borrel envolve um alegado assassinato de um juíz francês no Djibuti, antiga colónia francesa, por motivos ainda obscuros, o qual teria sido inicialmente qualificado como suicídio (hipótese posteriormente afastada com os resultados da autópsia).
Ora, não está aqui em causa discutir o caso em si, mas sim a situação concreta que teve lugar à porta do Eliseu em 2 de Maio do corrente ano.
Dia este em que 2 magistrados judiciais, e nessa mesma qualidade, foram barrados por uma polícia ou força militar de entrar na sede da presidência francesa.
Não conheço a Constituição Francesa em pormenor, mas suspeito que os magistrados judiciais devem, à semelhança da nossa terra, "administrar a Justiça em nome do Povo", pilar fundamental de qualquer democracia dita liberal.
Sem administração independente da Justiça, não pode haver Estado de Direito.
No entanto, suspeito que a ordem jurídica francesa ainda deve sofrer de alguma doença de autoritarismo crónico, contraída certamente às portas da Bastilha em 1789 (não devia ser um local muito salubre certamente...).
Diga-se que esta doença, nesses dias, manifestava sintomatologia assaz perigosa, com tendência para perda de sensação, sentidos, vontade e pensamentos, súbita e rapidamente, sempre precedida de um barulho metálico a deslizar em bom carvalho francês...
Pelos vistos, não se encontrou ainda a cura, e a Guarda Republicana mantém os mesmos instintos dessa época.
Se este tipo de acções são legítimas ou minimamente legais no Estado Francês, então teremos de nos questionar se estamos de facto perante uma democracia dita liberal, ou, pelo contrário, perante um absolutismo disfarçado pela capa da denominação "V República" (Robespierre saberia a resposta).
Há alguns posts atrás, os meus ilustres amigos e colegas Convencidos debateram a etimologia e substracto filosófico detrás das palavras democracia e liberalismo.
Isto é certamente um exemplo de falta de liberdade e insuficiência de um Estado dito de Direito.
Se o Estado está acima da Justiça, então não há quem o impeça de oprimir os seus cidadãos.
Tem a palavra o ainda Presidente Jacques Chirac.