Aqui vai um arrazoado dos provérbios mais estranhos da nossa cultura popular (nem que não seja pelo seu teor la palissiano) e que, face aos desenvolvimentos dos costumes, são exemplos paradigmáticos de anacronismo.
"A açorda faz a velha gorda e a menina formosa."
Comentário: este provérbio parece estar completamente desactualizado. Hoje em dia basta uma pequena lipoaspiração e até a velha mais gorda é capaz de passar por uma jovem vestal.
"A água corrente não mata a gente."
Comentário: digam isso aos franceses!!!
"A noite é boa conselheira."
Comentário: sempre que saio à noite, acabo por fazer o que não devo. A partir de certa altura já não consigo escutar o que ela me tem para dizer. das duas uma: ou é por causa dos décibeis debitados pelas potentes colunas das discotecas, ou por causa do excesso de cerveja no sangue.
"Antes que cases vê o que fazes."
Comentário: exemplo típico do incumprimento de uma imposição moral. O avacalhamento das tradições fez com que em Portugal se verificasse o maior crescimento do número de divórcios na UE, entre 1995 e 2004. Passou de 12.322 para 23.348, ou seja, mais 89,4%. Praticamente o dobro.
"Burro velho não ganha andadura."
Comentário: ain não que não ganha! Alberto João Jardim, por exemplo, impoluto Presidente do Governo Regional da Madeira desde Março de 1978, vai embalado para mais um mandato...
"Com tempo tudo se cura."
Comentário: oxalá!
"De noite todos os gatos são pardos."
Comentário: ...e todas as gajas são boas. Depende de quantas minis já foram enfiadas no bucho.
"Mulher feia é casta por natureza."
Comentário: só se também for pobre...
"Se o gato não come o bife, ou o gato não é gato, ou o bife não é bife."
Comentário: quem quer que tenha inventado este provérbio ainda não saiu à noite no Bairro Alto...
