
Aqueles em que as grandes ressacas das noites de boémia estival eram curadas com tardadas de ronco profundo na areia, seguidas de um mergulho nas frias águas do Atlântico para enrijecer os ossos e despertar da letargia cerebral em que nos encontrávamos mergulhados depois de uma bela tainada à beira-mar.
Aqueles em que o grupo não precisava de combinar nada, pois todos sabíamos que a partir das três, a seguir ao café, o ponto de encontro era cerca de 150 metros à esquerda da torre de vigia. Eram os Verões das paixões pueris. Dos beijinhos salgados e envergonhados e das noitadas a cantarolar no paredão, ao som da guitarra do Zé .
Naqueles tempos apenas abandonávamos o areal após termos visto o pôr-do-Sol, combinando de imediato qual o programa das festas, que apenas começava após o jantar da meia noite. Juntávamos-nos todos em casa do Bi e do João a jogar risco ou póquer e a ouvir as velhas musiquinhas da temporada, tais como "o anzol" dos Rádio Macau, os "40º à sombra" dos Radar Kadafi ou o clássico "dunas" dos GNR.
Foram os melhores Verões da minha vida. Obrigado por me terem feito recordá-los este fim-de-semana.