Autódromo do Estoril... um circuito mal amado pelos profissionais do desporto motorizado... hoje percebi porquê!
Não obstante ter sido processo de grandes alterações, continua a ser uma pista que não permite grandes excessos de velocidade, com curvas que exigem grande precisão nas trajectórias de entrada e saída e algumas de muito difícil execução.
Após a Curva 1, que dá acesso à recta de 985 metros, abrem-se as portas para uma sensação que claramente ultrapassa aquilo que consigo exprimir por palavras. Mas tudo rapidamente termina com uma das curvas mais difíceis do circuito, dando azo a frequentes saídas de pista pelos pilotos mais distraídos (não foi o caso deste Convencido!).
Somos um país onde o desporto motorizado não tem grande dimensão, não só pelo facto de não termos indústria automóvel nacional ( a nossa União Metalo-Mecânica já encerrou portas), mas principalmente pela falta de sponsors nacionais à altura das necessidades.
Tiraram-nos a Fórmula 1 e só agora voltámos a ter o Rally de Portugal no circuito WRC (sabe-se lá por quanto tempo). A Dakar veio dar algum ímpeto, mas temo que seja fugaz.
Conseguimos, mesmo mediante as condições mais adversas, formar pilotos que dão cartas a nível internacional, mas que nunca chegam ao estrelato pela falta de apoios. São os casos de Carlos Sousa que nunca integrou uma equipa oficial no Dakar, Armindo Araújo que pretende, com todo o mérito, entrar no circuito WRC e finalmente Tiago Monteiro que, mesmo tendo sido considerado o Rookie of The Year, não conseguiu permanecer entre a elite mundial do desporto automóvel ( a diferença é que o Fernando Alonso tinha um aileron do F1 da Telefónica e o nosso Tiaguinho tinha um mero logotipo, do tamanho dum cromo, da Galp Energia e do Turismo de Portugal).
Claramente temos de começar a coleccionar menos cadernetas e passar a formar bate-chapas!
E finalmente uma palavra de boas-vindas para o mais recente Convencido. O Anarconvencido-Surrealista que precisávamos!
