
A noite, com os resultados já mais que esperados, acabou por valer somente pelo desconforto sentido pela deputada Odete Santos quando foi anunciado o nome do vencedor. Vá lá Drª... Então? Para umas coisas, a vontade popular é soberana, e para outras, não? Talvez se se manipulassem os resultados eleitorais, como na velha e saudosa URSS... Ai camarada! Que saudades... Drª Odete responda rápido: um ditador eleito é um ditador ou não? Cuidado, não se perca neste intrincado paradoxo! Mais ilógico, só quando a deputada do PCP referiu a modestia (!) como grande defeito do camarada Cassete Cunhal.
Os meus sentimentos por qualquer tipo de totalitarismo são de absoluto repúdio, seja ele de esquerda ou de direita.
Vendo bem as coisas, porque é que a Constituição da República Portuguesa proíbe os partidos fascistas e não os comunistas? Se reflectirmos um bocado, chegamos à conclusão que ambos são totalitários (sejam assentes na ditadura do Duce ou do proletariado); ambos são dirigistas do ponto de vista económico; ambos são repressivos socialmente; ambos assentam em grandes máquinas de propaganda e ambos matam pessoas à fartazana.
Olhe que o Salazar não era flor que se cheirasse. Era retrógrado, mesquinho, sinistro, açambarcador e tantas mais coisas... Mas quando comparado com Estaline (o ídolo do seu camarada Álvaro) era um escuteiro que ajudava as velhinhas a atravessar a rua e fazia uns biscates ao Sábado no lar de idosos e ao Domingo como ajudante do Padre.
Não vejam as coisas como vos convém. Bandalhos há dos dois lados. Basta que sejam de extremos.