Este post deveria ter sido escrito ontem, dia em que a Europa fez 50 aninhos.Há muito tempo atrás, Zeus, apaixonado pelos seus encantos (maldita seta de Eros!) raptou Europa de casa do seu pai, o rei de Sídon. Para tal transformou-se num lindo e forte touro que Europa, como qualquer outra púdica jovenzinha fenícia, montou sem pestanejar.
Uma vez em cima do dorso do belo animal, Europa foi levada para Creta, onde procriou à bruta até se tornar gorda e feia - altura em que Zeus decidiu ir comprar o jornal e um maço de tabaco e nunca mais voltou. E que bem que ele fez!
A bela matrona da Antiguidade deu lugar a um emplastro de meia idade com ataques súbitos de alzheimer. Tem tendência a por tudo ao mesmo nível e a esquecer-se do mais importante: a sua herança cultural; as suas raízes.
Há séculos atrás, todos a queriam comer, fossem eles vândalos, godos, suevos, sarracenos, hunos, mongóis, otomanos... Agora, agora ninguém olha para ela com olhos gulosos. O Mundo vira-se para Oriente. O Mediterrâneo deu lugar ao Atlântico e o Atlântico deu lugar ao Pacífico como centro do Mundo.
Por muitos cornos que tivesse o touro Zeus, ainda bem que não foi idiota ao ponto de continuar a gastar os seus bramidos com um aborto como a Europa pós-moderna. Uma Europa desinteressante. Um pãozinho sem sal.
Zeus deve ser agora bem mais feliz lá para os lados de Pequim... ou Banguecoque!
