Pertencente à geração dourada da escola francesa de historiografia medieval, na qual se destacam outros nomes como Georges Duby ou Fernand Braudel, Le Goff, faz uma abordagem sucinta e extremamente didáctica daquela época (refira-se, a este propósito os inúmeros mapas e anexos que integram o segundo volume). Numa linguagem simples, é traçada a história europeia desde a queda do Império Romano do Ocidente até aos alvores do Renascimento. A clareza de exposição, aliada à pluridimensionalidade científica na abordagem, permite ao leitor ter uma visão abrangente daquele que foi um dos períodos históricos mais conturbados da Humanidade.
Por outro lado, o contributo dado por Le Goff para o estudo da sociologia medieval na segunda parte da obra apenas encontra paralelo nalguns pequenos escritos de Braudel, tais como La dynamique du Capitalisme (Flammarion, 1988). Com efeito, o autor descreve profusamente as condições materiais (mentalidade económica e inovações tecnológicas) bem como as estruturas espaciais e temporais susceptíveis de se arvorarem como factores explicativos do imobilismo tão característico da Idade Média.
E quem tiver dúvidas relativamente ao baptismo dos filhos, pode ser utilizar a obra como um aide-mémoire. Aqui ficam algumas sugestões de nomes de reis: o visigodo Atanagildo (cuja filha, Galesvinta viria a desposar Chilperico) ou os já mais conhecidos francos Pepino, Dagoberto ou Cariberto. Que tal, hã?
NJ: tu que gostas das Cruzadas, devias passar os olhos por estes preciosos livrinhos...