Nos últimos tempos temos vindo a constatar que o velho ditado "as aparências iludem" tem de ser alterado para "as aparências é que interessam". Porque na realidade esta nova geração da "morangada" apenas tem interesse no que de mais fútil uma pessoa tem para oferecer.
Se não tens um telemóvel 3G com bluethooth, leitor de mp3, GPS e com trem de cozinha incorporado não és "cool". Se não tens uma calças, largas o suficiente para la entrar o Bud Spencer, com uma sweat com mangas até ao chão, não és "fashion". Se não usares um piercing no umbigo e outro entre as narinas de modo a não poderes fuçar como os porcos, não tens "sex appeal". Se não te pronunciares com expressões do género "tásse bem", "estou uma beca de rastos" ou "princesa beija-me outra vez" és imperceptível. Ouvir hip-hop é que é e os anos 80 foram uma autêntica idade medieval. O Bloco de Esquerda é que sabe (porque deixam fumar uns charros!) e o Che é um fixe (mesmo pensando que este é um mero personagem de um filme).
Portanto o ícone perfeito desta época é uma pessoa vestida com aquilo que aparenta ao longe ser um saco de batatas com um boné (hoje chamado um cap), gesticulando de uma forma compatível a várias patologias neurológicas, com um andar gingão e balbuciando um português que faria o D. Afonso Henriques pensar duas vezes antes de entrar em guerra com a mãe.
Com tudo isto podemos constatar que estes "Morangos" de doce não têm nada e estão a tornar-se em "Morangos com Bolor"!