Monday, October 1, 2007

O Bairro do Amor


Após a leitura do jornal Público de hoje (Domingo, 30 de Setembro de 2007) fui inevitavelmente remetido para O Bairro do Amor de Jorge Palma:



No bairro do amor a vida é um carrossel

Onde há sempre lugar para mais alguém

O bairro do amor foi feito a lápis de côr

Por gente que sofreu por não ter ninguém


No bairro do amor o tempo morre devagar

Num cachimbo a rodar de mão em mão

No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:

Será que ainda cá estamos no fim do Verão?


Eh pá , deixa-me abrir contigo

Desabafar contigo

Falar-te da minha solidão

Ah, é bom sorrir um pouco

Descontrair um pouco

Eu sei que tu compreendes bem


No bairro do amor a vida corre sempre igual

De café em café, de bar em bar

No bairro do amor o Sol parece maior

E há ondas de ternura em cada olhar


O bairro do amor é uma zona marginal

Onde não há hotéis, nem hospitais

No bairro do amor cada um tem que tratar

Das suas nódoas negras sentimentais


Eh pá , deixa-me abrir contigo

Desabafar contigo

Falar-te da minha solidão

Ah, é bom sorrir um pouco

Descontrair um pouco

Eu sei que tu compreendes bem


De facto, para trabalhar em toxicodependência é preciso muito mais do que desejo de lucro e ambição pessoal!